sexta-feira, 13 de maio de 2016

Golpe no Brasil: Michel Temer extingue CGU (órgão independente e autônomo de combate à corrupção)

 

https://democraciaeconjuntura.com/2016/05/13/entre-o-cinismo-e-a-burrice/



Democracia & Conjuntura, 13/05/16



Entre o cinismo e a burrice



Por Gustavo Fontana Pedrollo



A classe média brasileira, achando-se super politizada e honesta, encheu as ruas pedindo o impeachment da Presidente, a pretexto de combater a corrupção. Foi alertada durante meses de que Dilma era honesta e o impeachment seria uma vitória dos corruptos e do fisiologismo – mas, manipulada descaradamente pela mídia, preferiu os bordões das manchetes à complexidade da realidade. Preferiu criar um inimigo, o PT, e acreditar que com sua destruição, atingiria o maravilhoso nirvana da vida sem corrupção. E por isso achou por bem não analisar a fundo se havia crime de responsabilidade, exigido pela Constituição. Afinal, era preciso destruir o inimigo para limpar o país, não sendo necessário entrar nesses detalhes.

Com apenas um dia de governo, fica patente, pelo ministério escolhido por Temer, que de fato o impeachment foi apenas a tomada do poder por um grupo de políticos fisiológicos, mediante uma articulação política de bastidores apoiada pela mídia, pelos manipulados pela mídia que saíram às ruas, pela elite econômica e pelos derrotados da eleição, com a omissão obsequiosa do STF. Tudo isso para que o projeto dos derrotados nas urnas chegasse ao poder, e para que uma parte dos implicados na corrupção tentasse livrar a cara. O projeto político do governo golpista interino é clara e precisamente o projeto derrotado nas urnas em 2014, e os indiciados nas operações contra a corrupção ocupam diversos ministérios.

Então, diante da constatação inevitável da própria burrice, para alguns, ou do próprio cinismo, para outros, algumas pessoas vêm às redes sociais dizer que também isso é culpa do PT, pois Temer só está aí por que era vice de Dilma. Ora, Temer foi escolhido para ser vice. Queriam que se soubesse de antemão que ele daria um golpe e se tornaria presidente?

Depois de escolherem deixar Temer na presidência – pois esse era o corolário inevitável do impeachment -, querem culpar os outros pela própria decisão? Ou foram burros o suficiente para achar que derrubariam todo mundo?

Podem escolher.



http://www.plantaobrasil.net/news.asp?nID=94304


Plantão Brasil, 13/05/16

Temer extingue órgão independente e autônomo de combate e fiscalização de corrupção



A extinção da Controladoria Geral da União é um absurdo! Órgão de controle interno, reconhecido no mundo pela sua importância! Arrancaram a porta, pode roubar! Virou Ministério, ou seja, subordinado a interesses políticos do partido que detêm o titular da pasta. Perdeu o caráter técnico.






DCM, 12/05/16


Como vai ser o noticiário da mídia plutocrática daqui por diante


Por Paulo Nogueira



A partir de hoje você vai ver um Brasil paradisíaco na mídia. Um país alegre, risonho, próspero, florescente.

E imaculado, livre de toda corrupção.

É a etapa final do trabalho sujo, e tragicamente bem sucedido, realizado pelas grandes companhias jornalísticas para derrubar Dilma e a democracia.

Os donos escolhem cuidadosamente o que dar e o que não dar em seus jornais, revistas, rádios, telejornais. E isso é claramente transmitido para editores, comentaristas, colunistas.

Desde que o PT ascendeu ao poder, em 2003, a escolha foi clara. Publicar, com imenso destaque, apenas coisas ruins. Inventar e amplificar, se for o caso. E esconder, ignorar boas notícias.

Casos de corrupção, apenas quando se trata dos alvos. Os barões da imprensa sabem como este tema – a corrupção – comove a classe média. Torna-a perfeita para ser manipulada, manobrada e, paradoxalmente, corrompida, cheia de ódio e preconceitos.

Na Copa do Mundo de 2014, isso se viu quando a classe média, nos estádios, gritava histericamente insultos para Dilma. Também se viu copiosamente nas manifestações pelo golpe. Ou nas redes sociais.

A mesma receita da mídia plutocrática foi utilizada, com terrível sucesso, antes. Em 1954, a vítima foi Getúlio Vargas. Em 1964, João Goulart.

A segunda parte, consumado o golpe, é tão óbvia e suja como a primeira. Você transforma o inferno artificial num paraíso ainda mais artificial.

O general Médici, um dos presidentes da ditadura militar, definiu isso magistralmente, num rasgo de sinceridade desconcertante.

O mundo estava em chamas. O Brasil, mais ainda. Mas, notou Médici, você ligava no Jornal Nacional e um universo mágico se abria diante de seus olhos. Só havia coisas boas para noticiar. Éramos felizes, extremamente felizes. De mentirinha.

É o que vai ocorrer outra vez agora. Os mesmos apresentadores da Globo que se esmeraram tanto em caretas nos últimos anos, como William Waack, agora serão só sorrisos.

Claro que o paraíso fabricado não será gratuito. As empresas jornalísticas vão cobrar caro do novo governo essa miragem. Dinheiro público na forma de anúncios e financiamentos do BNDES vai jorrar na Globo, Abril, Folha etc.

Tire o dinheiro público e as empresas de mídia não são, rigorosamente, nada.

Mas haverá, em 2016, uma diferença em relação às vezes anteriores. Em 1954 e em 1964, não havia internet. A voz única e avassaladora era a da imprensa plutocrática.

Agora, nos sites independentes você encontrará a informação de verdade. Com o crescimento da internet, mais e mais pessoas se livrarão da tirania da imprensa oligárquica e primitiva com seus meios anacrônicos como jornais e revistas impressos.

Mesmo a televisão, que se imaginava capaz de resistir por muito tempo à internet, é hoje universalmente considerada como uma mídia em declínio acelerado.

Há, portanto, esperança.

Um sábio do passado, diante de uma batalha ganha pelas forças do mal, proferiu uma frase que se mostrou profética e eternizou. “O vencedor está perdido.”

O mesmo vale agora.

O golpe afinal venceu. Mas o vencedor está perdido.

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