quinta-feira, 7 de abril de 2016

A delação manipuladora da principal empreiteira de Aécio Neves


http://www.tijolaco.com.br/blog/janio-do-jeito-que-o-cunha-gosta/




Tijolaço, 07/04/16


Do jeito que o Cunha gosta…



Por Fernando Brito


Janio de Freitas, em sua coluna de hoje na Folha, levanta uma hipótese mais apavorante do que a de termos Michel Temer na presidência por um golpe parlamentar.

A de termos Eduardo Cunha como presidente, por um desdobramento do mesmo golpe parlamentar, com a manutenção, em banho-maria, da ordem do Supremo para que se analise o impedimento do vice peemedebista, por  motivos iguais aos que se invoca para derrubar a presidenta: atos orçamentários iguais, aos quais apôs sua assinatura, no exercício interino do cargo.

“Na contramão das interpretações unânimes, a esperteza de Cunha por certo percebeu que a comissão anti-Temer, além de não atrapalhar o impeachment da presidente, pode resultar no presente definitivo para suas ambições. Se Dilma cai, uns poucos empurrões bastam para fazer Temer acompanhá-la. O vice assinou, no exercício da Presidência, quatro créditos suplementares nas mesmas condições dos utilizados para a acusação a Dilma. E se os dois são afastados, a faixa presidencial tem destinação definida: ornamentará a “barriga de prosperidade” que Eduardo Cunha já ostenta, com a dupla autorização brasileira e suíça.”

A quebra da normalidade política, sob a bandeira da moralidade, vai revelando cenários cada vez mais pavorosos.

Se não acordarmos deste pesadelo, ele vai piorar até o impensável.

 
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http://www.tijolaco.com.br/blog/no-feirao-da-delacao-hora-da-xepa-vale-ouro/


Tijolaço, 07/04/2016


No Feirão da Delação, a hora da xepa vale ouro


 
Por Fernando Brito



Dois trechinhos miúdos,  lá no final da matéria, mostram a fragilidade da “delação” providencialmente vazada por Curitiba às vésperas da votação sobre o impeachment.

Embora nada tenham a ver com o tema em votação na Câmara, tumultuam o ambiente e mostra que se joga,  à medida em que se vai percebendo não ter número para o golpe parlamentar, cada vez mais fichas no golpismo parte 2, a ser comandado, em lugar e Eduardo Cunha, por Gilmar Mendes, no TSE.

(O que, aliás, nos deixa mais próximo do cenário monstruoso visto por Janio de Freitas, no post anterior, e pelo genial Aroeira, na imagem deste)

Vejam esta breve passagem:

“Não está claro se o valor endereçado a Dilma foi doado ao comitê ou ao Diretório Nacional do PT.”

Como assim “não está claro”? Ambas as contas são públicas e, se foram feitas com ao menos aparência de legalidade, o doador teve recibo emitido a seu favor, obrigatoriamente. Nem isso faz parte da delação.

O segundo trecho, mais curioso, é o que relata que Aécio Neves recebeu, da mesma empresa, doações maiores:

“A campanha de 2014 de Aécio Neves (PSDB), que perdeu para Dilma no segundo turno, auferiu R$ 200 mil a mais do que a de Dilma. Os delatores não citaram o tucano em seus depoimentos.”

Então, o interesse político-empresarial – não julguemos as empreiteiras capazes de amores ideológicos, não é? – espontâneo é maior que o valor que, segundo os honestíssimos senhores, foi obtido com pressões e achaques?

As delações de Curitiba são feitas sob medida e ministradas aos público em horas escolhidas. Envia-se, hipocritamente, ao STF e vaza-se o que convém, na hora em que convém.

E nelas, obtêm-se, a esta altura, aquilo que se quiser. E é uma coisa só o que se quer: a derrubada do poder eleito.
 


http://jornalggn.com.br/noticia/em-seu-primeiro-experimento-delacao-premiada-virou-arma-politica




Jornal GGN, 07/04/16



Em seu primeiro experimento, delação premiada virou arma política

 
 
Por Luis Nassif
 
 

A Andrade Gutierrez sempre foi considerada a principal empreiteira de Aécio Neves. Participou das maiores obras de seu governo, em Minas Geras. Mais que isso, quando enfrentou problemas de caixa, em Belo Monte, fechou um negócio que praticamente liquidou com o caixa da Cemig - empresa do governo mineiro - obrigada a adquirir debêntures emitidas por ela.

Não se trata apenas de meras propinas, mas de grandes negócios obscuros feitos à luz do dia.

Nos celulares dos principais executivos da Andrade, a Lava Jato encontrou mensagens de WhatsApp com ofensas pessoais à presidente Dilma Rousseff.

No entanto, em sua delação premiada, em nenhum momento foi exigido dos executivos da Andrade nenhuma informação sobre Aécio.

Um dos grandes problemas das discussões jurídicas é se aterem ao genérico, sem análise de caso.

O que se tem objetivamente com as delações premiadas da Lava Jato:
  1. Cabe aos procuradores definir o conteúdo da delação, para ser homologada. Ou seja, o delator fica à mercê do julgamento do procurador. Se quiser benefício, tem que dizer o que o procurador quer.
  2. Haveria o filtro do juiz. Quando os dois se irmanam na mesma posição política, esqueça-se o filtro. Juiz, procuradores e delegados da Lava Jato já deram provas sobejas de que tem lado partidário.
  3. A delação será encaminhada ao STF para ser homologada. O Supremo vai arbitrar sobre o conteúdo incluído, não sobre o que não foi perguntado.
Não se pode analisar a delação sob a ótica genérica sem ter clareza sobre suas vulnerabilidades.

Concretamente, no primeiro caso de uso extensivo, a delação foi utilizada para manipular o jogo político.

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