sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A falta de ética de uma médica brasileira contra o colega cubano

http://www.jb.com.br/pais/noticias/2013/11/22/medica-tenta-desmoralizar-colega-cubano-na-bahia/




Jornal do Brasil, 22 de novembro de 2013


 

Médica tenta desmoralizar colega cubano na Bahia


 
Jornal do Brasil


Os médicos cubanos continuam sendo alvo de discriminação por parte de seus colegas brasileiros. Na semana passada, em Feira de Santana, interior da Bahia, um médico cubano, do Programa  Mais Médicos, receitou 40 gotas diárias de dipirona para o filho de um ano da diarista Gilmara Santos. O médico explicou a ela que a dosagem não era para ser ministrada de uma só vez e sim ao longo do dia e desde que a criança sentisse dor. Diferente dos médicos brasileiros que fracionam a medicação, os cubanos adotam a prescrição da quantidade total por dia. Essa metodologia, no entanto, não confundiu Gilmara que ministrou corretamente o remédio ao filho.
Apesar do bom atendimento que seu filho teve, a diarista ao retornar ao posto para uma nova consulta foi atendida por uma médica. Gilmara explicou que estava com a receita do médico cubano e mostrou para a médica que estava lhe atendendo naquele momento. Sem permissão da diarista e aproveitando o fato da medicação ter sido prescrita de forma diferente da que os médicos brasileiros usam normalmente, a médica copiou a receita e postou na Internet como se fosse um erro de seu colega cubano.
“Acho que foi falta de ética dela”, criticou a diarista explicando que seu filho teve um excelente atendimento pelo médico cubano e ressaltou que em muitas consultas com médicos brasileiros eles sequer olham para o paciente. Gilmara afirmou que a prescrição foi explicada a ela com todos os detalhes e em nenhum momento ela deu ao filho as 40 gotas de uma só vez.
A atitude da médica ao postar a receita na Internet, criticada pela própria diarista, provocou o afastamento do médico cubano. Ela teve ainda ajuda de um vereador de Feira de Santana que, num ímpeto nacionalista, denunciou, sem razão, o médico cubano. Após os esclarecimentos sobre a forma de prescrição, o médico voltará ao trabalho na próxima segunda-feira (25/11). O caso, no entanto, representa um novo constrangimento aos profissionais cubanos.




Folha.com, 22/11/2013


Médico cubano suspeito de erro em prescrição volta a atender na segunda-feira



DE SÃO PAULO



O cubano integrante do programa Mais Médicos que foi afastado após suspeita de ter receitado uma dose excessiva de remédio deve voltar na próxima segunda-feira (25) a trabalhar em uma unidade de saúde de Feira de Santana (a 109 km de Salvador). Isoel Gomez Molina, que atuava havia duas semanas no bairro Viveiros, foi o primeiro profissional do programa federal a ser afastado. Ele deixou de atender depois de um vereador afirmar que uma mãe o procurou para dizer que o médico havia receitado 40 gotas de dipirona para o filho, quando o ideal seria dez - à Folha a mãe negou a acusação e relatou que Gomez havia explicado que eram somente dez gotas por vez.
A informação de que ele voltará ao trabalho é da Prefeitura de Feira de Santana. Antes de retomar o atendimento, o médico, que está afastado desde quarta-feira (20), deve se juntar neste fim de semana a outros profissionais estrangeiros que atuam na Bahia para mais um reforço no treinamento, principalmente na forma de prescrever medicamentos.
O cubano foi ouvido na tarde desta quinta-feira (21) na Secretaria da Saúde municipal por uma comissão com representantes da pasta, do Ministério da Saúde, da coordenação estadual e do próprio tutor de Gomez.


Silvio Tito/Prefeitura Municipal de Feira de Santana
Grupo faz reunião com médico cubano suspeito de erro em prescrição; profissional volta a atender na segunda-feira em posto de Feira de Santana
Grupo faz reunião com médico cubano (de amarelo) suspeito de erro em prescrição; profissional voltará a atender em posto

Segundo nota da prefeitura, a comissão concluiu que não houve falha no procedimento adotado pelo médico afastado.
As 40 gotas indicadas, diz a nota, "não eram para ser ministradas em dose única, mas divididas em quatro vezes, a cada seis horas, como consta na receita" e que Gomez "explicou detalhadamente à mãe da criança que seriam dez gotas, apenas, por vez".
"O médico prescreveu a dose diária, como é comum onde trabalhou, e não fracionada, comum no Brasil", afirma ainda a nota.
Segundo a secretária da Saúde da cidade, Denise Lima Mascarenhas, pesaram para a decisão de aceitar Gomez novamente na unidade de saúde as declarações da mãe de que o médico explicara corretamente a dosagem da dipirona.
Ela disse ainda à reportagem que recebeu um abaixo-assinado com o apoio de cerca de 300 moradores do bairro Viveiros à volta de Gomez.

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