sábado, 7 de abril de 2012

PIG é contra queda dos juros. A quem estão defendendo na verdade?



Estadão é contra queda dos juros. Quem o PiG (*) defende ?

    Publicado em 07/04/2012

O Estadão informa em suas páginas (editorial da pág 3) que o BB e Caixa estão baixando suas taxas de juros apesar de seus clientes terem maior risco que os dos Bancos privados. Aliás, fazem uma comparação entre os clientes dos privados, que seriam a Alemanha e os de BB/Caixa que seriam o Azerbaijão. A comparação, por si só, já desqualifica todo o artigo.
(Clique aqui para ler “BB e Caixa reduzem os juros e fazem bancos privados se coçar” – PHA).

Mas vamos analisar com um pouco mais de profundidade a questão. Todos sabemos que os cenários de risco são feitos de forma distinta em cada instituição, embora sigam regras básicas do BC.

Tomemos o que acontecia no Panamericano como exemplo da forma de agir das instituições privadas e já teremos o que pode acontecer com a classificação de risco das instituições.

O Estadão omitiu algo que todos sabem de sobejo: as instituições oficiais têm sido muito mais rigorosas com a análise de crédito e fixação de limites de seus clientes. Portanto, apesar de possuir um número muito menor de classificações de risco no nível A, estando a maioria de seus negócios nos riscos B e C, sua inadimplência é menor que a dos Bancos privados.

O BB está situado em um patamar de inadimplência mais baixo que o Itaú, por exemplo.

Esta é a realidade que o Estadão não informa aos seus leitores e tenta fazer crer que a redução de juros praticada pelo Governo é irresponsável.

Agora vem a minha pergunta, qual a razão para o Estadão agir desta forma? A quem ele está servindo? Será que ninguem vai publicar a verdade e exigir do Estadão confesse que está recebendo “propina”para defender os juros altos?

Até quando vamos ter que aguentar esta imprensa venal e manipuladora?



Sobre esse mesmo tema, diz o Bruno:

PHA, boa noite!

Faz-se mister salientar que o BB e a Caixa só baixaram os juros porque são públicos, ou seja, o Farol tentou, tentou, mas não vendeu. Aí o PIG entra com o trololó que FHC deixou a economia mais forte que não convence mais ninguém. Em suma: Dilma com 77%, bancos públicos baixando os juros e o Cerra mordido de raiva. A Dilma engoliu o PIG!

Abc, Bruno.

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Quarta-Feira, 07 de Março de 2012
 


PIB e a volta do Estado-Nação


Por Saul Leblon



O PIB de 2011 mostra um recuo assustador do setor industrial na economia: de 2010 para 2011, a fatia da indústria no PIB recuou de 16,2% para 14,6%. As vendas do setor varejista cresceram mais de 7% no ano passado, mas produção industrial apenas 0,3%: a diferença foi atendida pelas importações, impulsionadas pelo Real forte, consequência do ingresso maciço de capital especulativo, atraído pelos juros siderais do país.

O conjunto explica por que
o investimento brasileiro despencou do equivalente a mais de 21% do PIB em 2010 para menos de 5% dele em 2011. Não há panacéia para reverter a espiral descendente da atividade industrial e, por tabela, do investimento.

A solução, em primeiro lugar, contempla uma ousadia política: entender que o Estado-Nação, ou seja, a soberania sobre a moeda, portanto, o controle sobre o fluxo de capitais estrangeiros, tornou-se um
imperativo histórico diante da desordem financeira e cambial gerada pelo colapso do neoliberalismo.

À contragosto do mainstream neoliberal e financista, a agenda do Estado-Nação está de volta. Ainda que a mídia conservadora omita, é a pauta óbvia por trás da guerra cambial denunciada pela Presidenta Dilma Rousseff, que apontou o dilúvio monetário como uma nova forma de protecionismo dos Estados ricos; é o que está por trás da reforma no BC argentino; é também o que explica, em boa parte, a opção eleitoral da sociedade russa por um Estado forte (com as devidas e justas ressalvas à precariedade da democracia russa, nascida para legitimar o saque contra o patrimônio público soviético).

A volta do Estado-Nação - repita-se, a soberania no manejo da moeda, do câmbio e dos juros - não representa um retorno ao nacional-desenvolvimentismo dos anos 50/60, que subestimou a questão social e ignorou o meio-ambiente na ordenação estratégica do crescimento (Leia em Carta Maior a coluna de José Luis Fiori sobre os dilemas do desenvolvimentistmo no século XXI). Tampouco significa uma alternativa global à montanha desordenada de ruínas produzida pela crise de 2008. Trata-se ,porém, da opção disponível à deriva mundial alimentada por uma lógica financista que até o colapso das subprimes arrogava-se virtuosa, eterna e universal.
Hoje, avulta até aos olhos desavisados, aquilo que se pretendia universal era um feixe de interesses pantagruélicos, engendrados pela supremacia das finanças desreguladas, cuja regressividade eviscerou Nações, Estados, direitos sociais e a própria subjetividade. A percepção consciente ou intuitiva de que há incontornável necessidade de um poder capaz de barrar e reverter essa engrenagem, explica a urgência de se devolver o imperativo da soberania à caixa de ferramentas da política econômica brasileira. (Leia mais sobre esse debate no texto de Dani Rodrik: http://www.project-syndicate.org/commentary/rodrik67/English)

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