sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ovacionado ao discursar, Abbas entregou pedido formal de reconhecimento do Estado palestino

 

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Abbas exibe o pedido de reconhecimento do Estado da Palestina durante seu discurso

O discurso de Abbas:
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Nesta sexta-feira (23), o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, discursou na Assembleia Geral da ONU, tendo sido aplaudido de pé durante sua fala. Ele acusou Israel de dificultar as negociações de paz e exibiu cópia do pedido entregue à ONU requisitando que a Palestina se torne membro pleno da entidade.


Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, entrega carta com pedido de reconhecimento da Palestina como Estado-membro da ONU, ao secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, durante sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova York23/09/2011 - 13h04

Abbas entrega pedido formal de reconhecimento do Estado palestino

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Em reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, entregou nesta sexta-feira uma carta com o pedido de adesão do Estado da Palestina como 194º membro da Assembleia Geral da organização. Um porta-voz da ONU, Farhan Haq, confirmou a entrega formal da solicitação do reconhecimento da Palestina como Estado pleno de direito ao secretário-geral, que agora terá que avaliar o documento e enviá-la ao Conselho de Segurança.
Abbas deve discursar sobre o assunto na Assembleia Geral ainda hoje e há grande perspectiva em torno de sua fala. Ramallah, na Cisjordânia, está preparada para acompanhar o discurso por telões colocados na praça Manara, a principal da cidade, que transmitirão ao vivo a fala de Abbas. A cidade terá um dia inteiro de atividades dedicadas à expectativa do discurso histórico, incluindo procissão cristã. Uma cadeira gigante foi montada, para simbolizar assento pedido na ONU, para que o Estado Palestino se torne o membro número 194 da organização internacional.
Já na faixa de Gaza, controlada pelo movimento islâmico Hamas desde 2007, estão proibidas manifestações de apoio ao plano. O grupo, rival de Abbas, fará um ato público contra a iniciativa na ONU e declarou ser contra o pedido de reconhecimento.
Em Israel, 22 mil soldados e policiais foram colocados nas regiões mais propícias a iniciar conflitos, principalmente nas proximidades com palestinos e colonos, mas ainda assim foram registrados confrontos.

CONFRONTOS
Manifestantes palestinos enfrentaram soldados israelenses nesta sexta-feira em diferentes pontos da Cisjordânia. Cerca de 120 manifestantes, segundo a edição eletrônica do jornal "Yedioth Ahronoth", se concentraram próximo em uma área a oeste de Ramallah e atiraram pedras contra as forças militares israelenses.

Ronen Zvulun/Reuters
Polícia israelense detêm jovem palestino suspeito de atirar pedras
Polícia israelense detêm jovem palestino suspeito de atirar pedras

Os soldados reprimiram os manifestantes com gás lacrimogêneo e outros equipamentos adquiridos recentemente por Israel para conter uma possível onda de protestos pela apresentação da candidatura da Palestina à ONU. Três pessoas, entre elas um jornalista francês, sofreram ferimentos pela inalação do gás.
Em Bilin, onde durante anos os palestinos se manifestaram para protestar contra a construção da barreira de separação da Cisjordânia, também foi registrada uma pequena concentração. E em Qalandia, um dos focos de maior tensão entre Jerusalém e Ramallah, testemunhas informaram que homens encapuzados arremessavam pedras contra as forças israelenses.
Pouco antes, a polícia de fronteiras israelense deteve três palestinos em uma estrada de Jerusalém Oriental por atirarem pedras contra veículos israelenses, e outros dois na Cidade Antiga por desordens na entrada da Esplanada das Mesquitas.

LÍDERES INTERNACIONAIS
O governo francês advertiu que a iniciativa palestina poderia levar a situação de impasse no Oriente Médio a um "beco sem saída" dentro do Conselho de Segurança da ONU, que, segundo o ministro de Relações Exteriores francês, Alain Juppé, não aceitará reconhecer a Palestina como Estado pleno. Nicolas Sarkozy, presidente francês, havia proposto dar à Palestina o status de "Estado não membro" da ONU em troca do atraso em um ano da votação de admissão no organismo internacional, mas Israel já rejeitou a ideia. Segundo ele, o reconhecimento implicaria a existência de um Estado à margem das negociações de paz.


Mandel Ngan/France Presse
Obama reiterou em reunião com Abbas que os EUA vetarão os planos palestinos de adesão às Nações Unidas
Obama reiterou em reunião com Abbas que os EUA vetarão os planos palestinos de adesão às Nações Unidas

Após o presidente americano, Barack Obama, indicar que os EUA não apoiarão o pedido de Abbas, seu antecessor Bill Clinton afirmou que o premiê israelense Benjamin Netanyahu é o grande responsável por não se ter chegado a um acordo pacífico que acabe com o conflito na região. Os EUA devem vetar a prosposta de reconhecimento da Palestina no Conselho de Segurança.
De acordo com o jornal israelense "Ha'aretz", Clinton deu a declaração durante conferência em Nova York, onde disse ainda que Netanyahu perdera o interesse nas negociações assim que duas demandas suas foram aceitas: a existência de uma liderança palestina viável e a possibilidade de normalizar seus laços com o mundo árabe.
A presidente brasileira, Dilma Rousseff, por sua vez, ao abrir o ciclo de debates da 66ª Assembleia Geral da ONU, defendeu a existência de um Estado palestino pleno. Após dar as boas-vindas ao Sudão do Sul, ela disse lamentar "não poder saudar, desta tribuna, o ingresso pleno da Palestina na Organização das Nações Unidas".
"Assim como a maioria dos países nesta Assembléia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título", afirmou. "Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional."



onu palestina

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