segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Artistas e intelectuais lançam manifesto em apoio à Comissão da Verdade

A primavera dos direitos humanos

 
Por Emir Sader


Com a apresentação do projeto da Comissão da Verdade no próximo dia 21 começa a primavera dos direitos humanos no Brasil.

O golpe de 1964 interrompeu brutalmente o desenvolvimento democrático do país e a ditadura militar que foi instaurada se apropriou violentamente do Estado brasileiro e impôs à sociedade um regime de terror durante mais de duas décadas. Foi o momento mais terrível da história do Brasil desde o término da escravidão.

Foram perpetrados os crimes mais brutais, valendo-se do aparato de Estado contra a democracia, contra o povo, contra sua cultura, contra toda forma de liberdade conquistada ao longo do tempo. A ditadura militar foi um regime que modificou profundamente a história do Brasil, destruindo tudo o que havia de democrático no país, realizando uma política econômica de concentração de renda, de exclusão social e de desnacionalização da economia. Foi o pior regime que o Brasil já conheceu, o que mais violou os direitos humanos no país.

Na sua fase final, a ditadura decretou uma anistia que a favorecia, amalgamando vencidos e vencedores, verdugos e vítimas, apagando da história do país todas as violações que a ditadura havia cometido. Com isso, além da impunidade dos agentes do terror da ditadura, impediu que se apurasse tudo o que foi feito, buscando apagar aquele período da memória dos brasileiros.

A ditadura militar se esgotou, mas conseguiu controlar a transição, com a eleição do primeiro presidente civil pelo Colégio Eleitoral e com a manutenção da anistia imposta pelo velho regime e não decidida democraticamente pela cidadania.

Nesta semana, a secretária dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, entregará ao presidente da Câmara dos Deputados o projeto da Comissão da Verdade. O Congresso vota no dia 21, dia do começo da primavera, o projeto que permitirá à sociedade brasileira apurar a verdade, sobretudo o que aconteceu naquele momento de domínio da ditadura sobre a democracia, do terror sobre a liberdade, da força sobre a razão.

Esse é o espaço que a sociedade brasileira consegue para passar a limpo e, só depois de ter satisfeito seu justo direito ao conhecimento de tudo o que ocorreu, virar essa triste página da nossa história. Todos os que estão comprometidos com essa busca, - goste-se ou nao da forma particular que é possível hoje a busca da verdade -, tem que mobilizar toda sua energia, para que triunfe, finalmente, a verdade e vivamos, finalmente, a primavera dos direitos humanos no Brasil.


Artistas e intelectuais lançam manifesto em apoio à Comissão da Verdade


Redação

A Câmara dos Deputados deve votar no dia 21 de setembro o projeto que cria a Comissão da Verdade, encarregada de trazer à público as violações de direitos humanos cometidas durante o período da ditadura militar. A criação da Comissão enfrenta forte resistência de setores simpáticos e saudosistas da ditadura. Para ajudar a contrapor essa resistência, um grupo de intelectuais encabeçado por Leonardo Boff, Emir Sader, Marilena Chauí e Fernando Morais está lançando um manifesto de artistas e intelectuais em apoio à Comissão da Verdade. O texto do manifesto afirma:

As oportunidades da vida nos levaram ao caminho da arte, da música e do espetáculo e, ao seguirmos esses passos, nos transformamos não apenas em artistas e intelectuais, mas em militantes da liberdade, já que temos a possibilidade de expressar nossas ideias e nossos sonhos na linguagem da arte e do conhecimento.

A democracia não nos foi dada, ela foi conquistada por uma geração que não se calou diante da opressão. A experiência vivenciada naquele período de repressão marcou vidas e foi capaz de mudar a história, mas ainda não podemos celebrar a democracia se não tivermos pleno conhecimento das violações cometidas nesse passado tão recente.

O que nos move nesse momento é a esperança de que os parlamentares possibilitem a atual e as futuras gerações o conhecimento desses fatos, para sabermos a verdadeira verdade. Como defensores da livre expressão do pensamento e da democracia, manifestamos ao Congresso Nacional nosso desejo de aprovação do Projeto de Lei 7.376/2010, que cria a Comissão Nacional da Verdade para que essas violações sejam lembradas e conhecidas pelo povo brasileiro, pois essa é a única forma de garantirmos que isso nunca mais aconteça.

Chegou a hora da verdade que o Brasil tanto espera.

.....

http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/08/30/amorim-nao-e-johnbim-e-apressa-comissao-da-verdade/

Amorim não é Johnbim e apressa Comissão da Verdade

    Publicado em 30/08/2011

Johnbim (Defesa de quem?) e Amorim (Defesa do Brasil)

Saiu no Estadão online:

Congresso deve aprovar a Comissão da Verdade em setembro

Expectativa, segundo Celso Amorim, é que o texto enviado por Lula seja aprovado sem alterações

GUSTAVO URIBE – Agência Estado

O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse nesta terça-feira, 30, que acredita que o projeto de lei que cria a Comissão da Verdade será votado no Congresso em setembro. Ele ressaltou que chegou a hora de “virar a página” sobre o tema. A proposta foi enviada em 2010 e tramita desde então na Câmara. A expectativa do Ministério da Defesa é a de que seja aprovado sem alteração o texto enviado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu acho que será em setembro, é importante e nós temos de virar essa página”, afirmou, após participar do 6º Seminário Livro Branco de Defesa Nacional, promovido na capital paulista.


(…)

NavalhaComo se sabe, o ex-ministro da Defesa (de quem ?) Nelson Johnbim foi quem vazou para o PiG a versão preliminar da Comissão da Verdade.

O objetivo ele alcançou: tumultuar, atrasar e desidratar a Comissão da Verdade.

O ministro da Defesa do Brasil Celso Amorim sempre se relacionou com o embaixador americano com altivez e em igualdade de condições.

Amorim não é Johnbim.


Paulo Henrique Amorim

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