terça-feira, 23 de agosto de 2011

Juiz dos EUA retira acusações de agressão sexual contra Dominique Strauss-Kahn

http://1.images.theweek.com/img/dir_0065/32538_cartoon_main.jpg?48

O Globo.com. 23/08/2011
às 13h07m

Fim de caso

Juiz dos EUA retira acusações de agressão sexual contra Dominique Strauss-Kahn


O GloboCom agências internacionais
Nafissatou Diallo e seu advogado Kenneth Thompson deixam a Promotoria de Nova York nesta segunda-feira/AFP

NOVA YORK e PARIS - O juiz Michael Obus, da Suprema Corte do Estado de Nova York, aceitou o pedido dos promotores e retirou as acusações contra o ex-diretor-gerente do FMI Dominique Strauss-Kahn, encerrando oficialmente o processo criminal contra ele. O magistrado, porém, colocou a decisão em suspenso até que um tribunal de apelações decida sobre o pedido da acusação pela indicação de um promotor especial para o caso. O recurso deverá ser julgado ainda nesta terça. Logo após a decisão, DSK emitiu uma declaração em que classificou o caso como um "pesadelo" para ele e a família.
"Os últimos dois meses e meio foram um pesadelo para mim e para minha família. Quero agradecer a todos os meus amigos na França e nos Estados Unidos que acreditaram na minha inocência, e às milhares de pessoas que mostraram seu apoio escrevendo para mim", diz um trecho do texto.
Na segunda-feira, o promotor Cyrus Vance, responsável pelo caso em Manhattan, informou que pediu o arquivamento de todas as acusações penais contra o ex-diretor-gerente do FMI. A medida foi anunciada em uma reunião com a camareira e suposta vítima Nafissatou Diallo e seu advogado Kenneth Thompson. Segundo fontes próximas à Promotoria, o arquivamento do caso teria sido pedido por falta de provas contra o francês e, principalmente, por causa do histórico da acusadora, a camareira Nafissatou Diallo, que teria ligações com um traficante, além de ter mentido para migração americana. O fim do caso em Manhattan pode ajudar Strauss-Kahn a recuperar a vida política na França. A camareira, no entanto, já entrou com uma ação civil contra o suposto agressor e deve levar em frente este processo.
O dirigente do Partido Socialista francês e favorito a disputar as eleições presidenciais do ano que vem pela legenda, François Hollande, abriu caminho para Strauss-Kahn retomar a vida pública no país, afirmando que DSK, como é conhecido pelos franceses, poderá ganhar cargos num futuro governo socialista. Hollande ainda garantiu que o economista tem permissão para disputar as primárias partidárias se as acusações contra ela sejam de fato retiradas. Apesar de as inscrições para as primárias socialistas terem sido encerradas no dia 13 de julho último, Hollande assegurou que se Strauss-Kahn decidir entrar no páreo para concorrer as eleições contra Nicolas Sarkozy, não haverá empecilhos dentro da legenda.
O fim do caso nos Estados Unidos, onde é acusado de estupro e outros seis crimes, não significa o término da batalha judicial de Strauss-Kahn: o político também enfrenta um inquérito em Paris, onde a escritora francesa Tristane Banon entrou com uma ação de assédio sexual contra ele.

Relembre o caso
No último dia 14 de maio, Dominique Strauss-Kahn foi acusado de tentar estuprar e agredir sexualmente uma camareira do hotel Sofitel de Manhattan, onde estava hospedado para o final de semana. O francês foi retirado de um voo da Air France e levado imediatamente para a delegacia, onde ficou detido.
No início do mês de julho, notícias de que a camareira teria ligações com tráfico de drogas e teria mentido em seu testemunho sobre o dia da suposta agressão fizeram com que a Promotoria reavaliasse o caso, com base na perda da credibilidade da mulher de 32 anos. Strauss-Kahn, que até então vivia em prisão domiciliar, foi solto, mas continua impedido de sair dos EUA. Com o pedido de arquivamento do caso, o francês deve receber em breve a autorização para voltar para Paris.

Nenhum comentário:

Postar um comentário