domingo, 31 de julho de 2011

Tiangong-1 ("Palácio Celestial - 1"), a estação espacial chinesa

http://space.skyrocket.de/img_sat/tiangong-1__1.jpg


São Paulo, domingo, 31 de julho de 2011

China quer lançar miniestação espacial até o fim deste ano

GIULIANA MIRANDA

DE SÃO PAULO

Enquanto as superpotências espaciais -Estados Unidos e Rússia- e boa parte dos países ricos uniram esforços para criar a ISS (Estação Espacial Internacional), a China vai na contramão. O país está decidido a ter um cantinho só seu em órbita.
O objetivo é ter uma estação espacial completa por volta de 2022. Enquanto isso, no entanto, o país deverá lançar cápsulas menores para testar os sistemas e as tecnologias que serão utilizadas.
O primeiro passo do projeto bilionário -mas sem cifras confirmadas oficialmente por Pequim- é o lançamento de um módulo científico até o fim deste ano.
Batizado de Tiangong-1, ("Palácio Celestial", em chinês), ele funcionará como uma miniestação espacial e passará dois anos em órbita.
Com cerca de 8,5 toneladas, o módulo deverá ser visitado inicialmente pela nave não tripulada Shenzhou-8. A acoplagem será a primeira feita em órbita pela China.
No ano que vem, uma nave levando três taikonautas (como são chamados os astronautas do país) também deve se acoplar ao módulo, que conta com um pequeno laboratório de experimentos.
Até 2015, outros dois módulos muito parecidos deverão ser lançados. O último deles, Tiangong-3, terá capacidade para abrigar três taikonautas por até 40 dias.

PRÓXIMO PASSO
Após os módulos Tiangong, a China espera lançar entre 2020 e 2022 sua estação espacial completa.
De acordo com a Xinhua, a agência de notícias estatal chinesa, a nave será composta de um módulo principal e de dois anexos, projetados para receber diferentes tipos de experimentos científicos.
No entanto, mesmo com três módulos e aproximadamente 60 toneladas, a nova estação será uma nanica perto da ISS, de 471 toneladas. Até a já aposentada estação russa Mir era maior do que o projeto chinês, com suas 130 toneladas.
Em um simpósio na França, em março, Jiang Guohua, engenheiro-chefe do Centro de Pesquisa e Treinamento em Astronáutica de Pequim, destacou que o China não pretende se isolar em seu cantinho no espaço.
"Nós vamos manter a política de nos abrirmos para o mundo", disse ele.
Muita gente, no entanto, duvida que isso vá acontecer. A começar por uma questão básica: o sistema de acoplamento da futura estação.
Embora Jiang tenha afirmado que o projeto seguirá o modelo padrão da ISS, outras autoridades já sinalizam o contrário
. A realidade estaria mais próxima de um sistema fechado chinês, uma espécie de Macintosh do espaço.
A principal declaração foi de Yang Liwei, que em 2003 se tornou o primeiro chinês no espaço e atualmente é o vice-diretor do programa tripulado do país.
Em uma audiência transmitida pela internet, ele afirmou que problemas técnicos "estão dificultando a adoção do sistema de acoplamento padrão da ISS".
Representantes da Nasa já elogiaram publicamente o programa espacial chinês. Mas, questionada pela reportagem sobre o envio de astronautas para a futura estação, a agência espacial americana não se manifestou.


ANÁLISE


Asiáticos podem até vencer nova corrida rumo à Lua

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os chineses estão chegando com tudo, numa hora em que o programa espacial americano sofre debandada e seus tradicionais parceiros já não olham para a Nasa com os mesmos olhos de outrora.
É impossível não contrastar os últimos passos seguros da China com as titubeadas ianques. E o objetivo do lado de lá do mundo é esse mesmo. Como uma potência espacial emergente, os chineses alimentam seu sonho de conquista espacial com os benefícios de imagem decorrentes, seguindo a mesma receita que impulsionou a corrida entre os EUA e os soviéticos.
A cada nova missão chinesa, há um salto tecnológico, permitindo que eles cubram rapidamente tudo o que já foi feito no espaço por seus principais concorrentes. Europeus e japoneses sonham com a entrada da China no consórcio da ISS para resgatá-los do imobilismo.
Ao que tudo indica, não vai acontecer, principalmente porque a China não precisa disso. Em 2020, quando os chineses tiverem seu novo lançador de alta capacidade para colocar em órbita os elementos mais pesados de sua futura estação espacial, poderão usar o mesmo foguete para planejar missões tripuladas à Lua (um objetivo já declarado, mas não estabelecido em cronograma).
Enquanto isso, os americanos patinam. Quem será que vai chegar primeiro?


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São Paulo, sábado, 02 de julho de 2011

Montadora chinesa Lifan anuncia fábrica no Brasil

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

A fabricante de automóveis chinesa Lifan e a empresa brasileira Effa assinaram anteontem um acordo para a construção de uma montadora com capacidade para 10 mil unidades por ano. O investimento previsto é de US$ 100 milhões.
A assessoria da Effa diz que os detalhes da joint venture estão em discussão e devem ser anunciados na semana que vem. O local da fábrica ainda não foi divulgado. Na China, a Lifan não quis se pronunciar ontem.
Em março, as empresas já haviam anunciado a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento entre São Paulo e Campinas, num valor de US$ 70 milhões, a primeira operação desse tipo da Lifan fora da China.
O objetivo é desenvolver um modelo de automóvel compacto e pesquisar veículos a energia elétrica.
Dois modelos da Lifan, o hatchback 320 (uma cópia do Mini Cooper) e o sedã 620, já estão à venda no Brasil desde outubro, trazidos de uma fábrica montada no Uruguai construída pelo grupo Effa. A marca tem 18 concessionárias exclusivas pelo país.
De acordo com o grupo Effa, o modelo mais vendido da Lifan tem sido o 320, com 691 unidades no ano passado.
Fundado em 1992, o Grupo Lifan, com sede em Chongqing (centro da China), tem mais de 13 mil funcionários.
Trata-se da segunda montadora chinesa a anunciar fábrica no Brasil nos últimos meses. A Chery está investindo US$ 400 milhões em fábrica em Jacareí. Além disso, a fabricante importa o QQ -por R$ 22.990 no modelo mais básico, é o carro mais barato do Brasil.
Num sinal de que o Brasil está se tornando um importante mercado para os carros chineses, no mês passado foram embarcados para Santos, em um supercargueiro, 4.400 das marcas Chery e da montadora JAC.
"Há duas coisas com as quais todo homem brasileiro sonha: uma é futebol e a outra é carros. Eles conhecem carros bem e têm alta exigência por qualidade. Nesse sentido, os carros chineses podem atender a suas demandas bem", disse, no dia do embarque, She Cairong, vice-gerente-geral da JAC.
Além das chinesas, outras montadoras asiáticas, como a sul-coreana Hyunday, estão investindo para abocanhar uma fatia do mercado brasileiro, o quarto maior do mundo e que hoje é dominado por empresas americanas e europeias.

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