quinta-feira, 23 de junho de 2011

A nova maestrina da OSESP

O Estado de São Paulo, 23 de junho de 2011 

 

A titular chegou

João Luiz Sampaio - O Estado de S.Paulo
 
 
Ayrton Vignola/AE
Ayrton Vignola/AE
             

Do saguão da Estação Júlio Prestes, é possível ouvir os metais recriando a música de Mahler. Faz-se, então, silêncio - e, aos poucos, os músicos da Osesp começam a surgir do corredor que leva ao palco. Entre eles, sua nova regente titular, a maestrina americana Marin Alsop. Partitura na mão, ela passa por eles e vai direto para o camarim, onde fica reunida por 20 minutos com o diretor artístico da orquestra antes de receber o Estado. "Oi", diz ela em português, sorriso no rosto, enquanto bebe um guaraná dietético.
As apresentações de hoje até sábado marcam a primeira visita de Alsop a São Paulo depois de ter sido anunciada, em fevereiro, como a nova regente titular da Osesp, cargo que assume em 2012. A ansiedade, da orquestra e do público, é natural quando se lembra o longo processo de escolha que levou ao nome da maestrina e também a peça que ela rege nos concertos desta semana, a célebre Quinta Sinfonia de Mahler. Por enquanto, porém, sua vinda esteve marcada por algumas restrições. Os ensaios de terça foram fechados à imprensa e a maestrina avisou que não daria entrevistas. No começo da semana, aceitou falar, mas com ressalvas - não aceitaria perguntas sobre o futuro da orquestra e a temporada de 2012. O motivo: está em São Paulo ainda como regente convidada e, queria, antes de mais nada, conversar com os músicos - e com eles apenas - antes de se pronunciar como titular do grupo.
Também com a temporada 2012 a expectativa é compreensível - será, além da "estreia" oficial de Alsop no novo cargo, a primeira feita exclusivamente pelo diretor artístico Artur Nestrovski, que até então tem trabalhado com alguns compromissos já estipulados pela antiga gestão. Quantos programas Alsop vai reger? Que repertório ela vai escolher, para os concertos e as gravações? Isso tudo, porém, vai ficar para depois. Por ora, o assunto, diz ela, é Mahler. "É bom poder falar só de música, não?", brinca.

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