quinta-feira, 26 de maio de 2011

O 'maior São João do mundo'

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UOL, 26/05/2011

A cidade paraibana de Campina Grande e o maior São João do mundo


Campina Grande vai além do Campina Grande: 'Maior São João do Mundo' e surpreende o visitante com serras, edifícios históricos e gastronomia variada.

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Campina Grande/Açúde Velho. Imagem: Eduardo Vessoni/UOL

Campina Grande, a cidade de interior com vontade de ser 'gente grande', se orgulha de seus títulos. Com 400 mil habitantes, é considerada uma das maiores do interior nordestino e um dos pólos tecnológicos mais importantes da América Latina; já foi a segunda principal exportadora de algodão em todo o mundo - em uma época em que esse produto era o ouro branco da região; e se auto proclama dona do 'Maior São João do Mundo', esse, sim, o grande (e indiscutível) orgulho desse destino a apenas 120 km de João Pessoa, capital da Paraíba.

Mas bem além dos números e das quadrilhas embaladas pelo som da sanfona, Campina Grande reserva atrações turísticas capazes de surpreender quem desembarca pela primeira vez naquelas terras serranas. Localizada no centro e no topo do Planalto da Borborema, o que lhe rendeu outra alcunha famosa conhecida como 'Rainha da Borborema', a cidade é porta de entrada uma região serrana que inclui nostálgicas experiências rurais, misteriosos sítios arqueológicos, cidades históricas com casario bem preservado, engenhos que ainda produzem cachaças como se fazia há mais de um século e até estrutura para a prática de esportes de aventura.

Para cada região, um tema diferente.
Em Galante, um distrito vizinho a 12 km da cidade, o turismo rural agrada os viajantes nostálgicos. Almoços em fazendas embalados pelo forró pé-de-serra tocada ao vivo é a principal atração. Em junho, o local recebe até um trem exclusivo que leva animados foliões ao tal do 'Maior São João do Mundo'.

Perto dali, uma imensa rocha que parece flutuar sobre a Serra do Bodopitá atrai fiéis e crentes de todo o Nordeste. Fagundes, conhecida também como a Cidade da Fé, é uma típica cidadezinha do interior que ficou famosa por abrigar a Pedra de Santo Antônio, cuja fenda central é utilizada pela população nordestina para pagamento de promessas e para esperançosos pedidos a esse santo casamenteiro.

E para não dizer que faltam mistérios, Ingá preserva um pequeno e interessante sítio arqueológico onde estão inscrições rupestres em baixo-relevo feitas em um paredão rochoso local, conhecidas também como 'itacoatiara' ('pedra riscada', em tupi). Localizado a apenas 37 km de Campina Grande, o sítio guarda belos buracos naturais chamados de caldeirões que são alimentados pela força das águas do rio Ingá que passa sobre eles.

No entanto, se a ideia for ir a fundo no quesito 'surpresas da Paraíba' a parada obrigatória é o Brejo paraibano, uma microrregião do estado formada por serras, vales e um improvável clima ameno para os padrões nordestinos. Não é a toa que, no inverno, o Brejo serve de cenário para o evento 'Caminhos do Frio', com uma programação que inclui exposições de artesanato, apresentações de forró e comidas regionais. Tudo isso sob um clima que pode chegar aos 10 graus de sensação térmica.

A 53 km de Campina Grande, a histórica Areia surpreende o visitante com suas ruas estreitas e casarões coloniais geminados e sem recuo frontal da época dos engenhos de açúcar que surgiram na região. Os destaques dessa cidade serrana, declarada Patrimônio Histórico Nacional, são atrativos arquitetônicos como o Teatro Minerva, construção de 1859 considerada o primeiro teatro da Paraíba, e o Casarão José Rufino, casa colonial de 1818 que abriga 12 senzalas e, atualmente, serve como um interessante centro cultural com peças de artistas locais e objetos históricos.

A vizinha Bananeiras, a menos de 30 km dali e a 72 km de Campina Grande, também espera seus visitantes com um bem preservado casario histórico que enfeita as ladeiras íngremes de paralelepípedos. A cidade, que possui mais de 80 construções históricas registradas, já abrigou 14 engenhos, entre eles o engenho Rainha que produz cachaça desde 1877. Os amantes de esportes radicais contam também com serviços de ecoturismo na região como a trilha até a cachoeira do Roncador, uma queda com 45 metros de altura, e pedras para a prática de rapel.

Por sorte, Campina Grande vai bem além das festas juninas com 30 dias ininterruptos de forró e está pronta para receber turistas durante todo o ano. 

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