quinta-feira, 24 de março de 2011

O que vale a VALE

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O que vale a VALE

Segue aqui email aberto ao Senador Demónstenes Torres.

Bom dia senador.

Venho aqui levar ao ilustre senador as minhas preocupações e minha opinião a respeito da noticia veiculada nos meios televisivos ontem, com o Sr levantando questões a respeito das pressões do governo sobre o Sr Agnelli da VALE.

Primeiramente, no estrito consceito de atuação como controlador dos fundos de pensão de estatais, portano na esfera de influência do governo e possuidor de ações diretas da companhia, o governo tem sim o direito de cobrar uma prestação de contas da atual gestão da VALE.

Todavia, vou mais além, o governo, por dever constituido de representante do povo, e com mandato de defesa dos interesses maiores da nação, tem por DEVER, DEFINIR POLITICAS ESTRATÉGICAS DE LONGO PRAZO PARA A NAÇÃO.

Neste sentido, venho acompanhando as noticias desde o governo passado, quando o Presidente LULA, sabiamente cobrou do Sr Agnelli, uma diversificação da atuação da VALE (que é sim uma concessionaria de exploração de um bem público, ou seja o nosso solo e subsolo, na forma de minério), para investir também em processamento do minério, produção de aço e outros bens de maior valor agregado e com melhor qualidade de mão de obra, ou seja defendendo os interesses do futura da nação brasileira, já que a politica da VALE estava voltada apenas paras os gordos saldos para os acionistas, aproveitando a insaciável demanda chinesa  que paga o minério a qualquer preço (a VALE chegou a negociar aumentos superiores a 70 % em um único ano, com reflexos também nos preços internos, na inflação e na taxa de juros).

Em resumo, persistindo essa escalada, o Brasil do futuro, não o teria pela frente, pois o minéro é finito, os acionistas embolsariam os gordos lucros por vários anos (Sr Agnelli, por tal feito é badalado pelos holofotes da mídia, economistas e politicos que não pensam no futuro do país), e no futuro, esgotado o minério, o povo brasileiro herda um imenso buraco ambiental e um imenso buraco econômico, pois ao longo do tempo a empresa não se preparou para a diversificação, para passar a um novo patamar de manufatura e agregação de valor economico, social e tecnológico.

O Sr Agnelli reluta em reinvestir parte dos gordos lucros nessa diversificação que nos pouparia da "sindrome holandesa - que vendou todo o gás e hoje tem um economia minúscula que só sobrevive basicamente do porto de Rotterdam", e que tanto nos preocupa também com o que pode ocorrer com o pré-sal. Pedir esse comportamento responsável para com a nação seria antes de tudo cumprir nossa constituição que reza sobre o papel social das empresas, sem ideologismos baratos, tanto da esquerda como da direita.

Portanto senador, ao inquerir o Ministro, inquira também o Sr Angelli, para que explique os planos da empresa para o futuro imediato e a expansão para além de simples provedor de minério para um cliente único, visando apenas ganhos imediatos.

Sendo o governo parte dos controladores, diretos ou indiretos, e na sua missão de prover um planejamento estratégico para longo prazo, prover o bem estar da população e o fortalecimento do país como um todo, é correto e justo que o faça, através de ações onde sofrem necessárias e se o Sr Agnelli não se enquadra, nada mais justo que de acordo um maioria dos controladores, peça seu afastamento, tudo dentgro das regras da gestão corporativa.
O que não podemos aceitar é que empresas do porte da Petrobrás, da VALE, da EMBRAER, de FURNAS, etc..., não atuem também de acordo com os interesses na nação brasileira, pois assim as fazem as americanas, as chinesas, as canadenses, etc, todas com forte apoio de seus governos e parlamentares.

No caso especifico da VALE, no presente momento da economia mundial, é realmente preocupante os rumos que tendem a transformar o Brasil em mero supridor de matéria prima para um único cliente, ainda mais de um produto cuja extração é extremamente agressiva em termos ambientais (os chineses ficam com o minério, processam e vendem com  valor agregado para o mundo, os acionistas enchem os bolsos e o Brasil fica com o buraco). Assim, ou a VALE se enquadra em uma politica de diversificação no Brasil, ou só resta ao governo agir como deve agir se a mineradora fosse uma empresa estrangeira, taxar fortemente a exportação e com os recursos gerados desenvolver uma politica industrial e tecnológica para dar bases para o futuro.

O governo está correto em sua postura e o Sr Senador deveria exigir não menos que isso, em vez de ficar defendendo interesses privados de gordos bônus, que não seriam de forma alguma reduzidos mas que teriam um alcance mais amplos. Nada tenho contra a eficiência de gestão, de maximização de lucros, mas em setores concentradores e estratégicos temos que ser mais responsáveis com a nação.

Veja a multiplicação dos benefícios econômicos que a Petrobrás provocou com a simples decisão de encomendar os navios no Brasil (ao contrário do governo anterior que gerou inúmeros empregos na Coréia, Singapura e China).

Obrigado pela atenção.

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