quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Casé, clarinetista e saxofonista






Clarinetista e Saxofonista Casé

Fico pensando como ainda estamos engatinhando no tocante a preservação/resgate da nossa história musical.

Você conhece o instrumentista José Ferreira Godinho Filho, o Casé?
Até poucos dias atrás, caso você precisasse pesquisar sobre ele, encontraria algumas poucas informações, como por exemplo, no Dicionário Cravo Albin.

Agora o recém lançado livro “Casé – como toca este rapaz”, do músico e jornalista Fernando Lichti Barros, vem suprir mais uma lacuna de tantas que ainda faltam. Sua pesquisa resgata – em palavras e sons – a epopéia do maior saxofonista de jazz brasileiro dos vibrantes anos 1950.

O autor reuniu também mais de uma hora de música no que batizou de Rádio Casé – um tributo genial à arte do saxofonista, que pode ser acessado (com os capítulos do livro) pelo site O Saxofonista Casé.

“A pesquisa sobre o saxofonista Casé resulta de um trabalho independente, iniciado em 2004. Depois de quatro anos, cerca de setenta entrevistas, viagens e muitas visitas à famíla Godinho, a salões de baile, a discotecas e arquivos, recompôs-se a movimentada vida do músico”.



Este livro conquistou o Prêmio Funarte de Produção Crítica em Música (2010), e “recupera a quase esquecida trajetória do saxofonista, que teve entre seus admiradores os críticos Walter Silva, Zuza Homem de Mello, Tárik de Souza, Roberto Muggiati e João Marcos Coelho.

Entre os músicos, Casé foi referência, entre outros, para João Donato, Paulo Moura, Sadao Watanabe, Dick Farney, Major Holley, Elis Regina, Claudete Soares, Tim Maia, Raul de Souza, Julio Medaglia, Theo de Barros, Zimbo Trio e Proveta, líder da Banda Mantiqueira”.
Começou a carreira num circo, tornou-se aos 13 anos o primeiro sax alto da orquestra da Rádio Tupi e aos 20 foi tocar sem contrato no Iraque.
Apresentou-se tanto nas melhores orquestras e nos teatros mais luxuosos como nas bibocas mais remotas, deixou poucas gravações, que se tornaram antológicas, e foi encontrado morto aos 46 anos.

Há 50 anos, num dos seus raros registros, lançou “Samba Irresistível – Casé e seu Conjunto”. O LP trazia uma inovação: sobre a base rítmica ‘quadrada’, improvisos arrebatadores de saxofone, prática até então incomum na fonografia nacional.

Um comentário:

  1. Ivan recebi teu convite e vim fazer uma visita no teu blog. Muito bom. Dei umaolhada e depois,com mais tempo quero ler tudo.
    Parabéns por mais um blog que nos trás bons ensinamentos.
    Beijo
    Marise

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